Contra o Urbanismo de Compadrio


Contra o Urbanismo de Compadrio

Em 18 de maio de 2016, por David

A maioria das críticas contra o livre mercado na produção do espaço urbano não é realmente direcionada contra o urbanismo laissez-faire, mas sim contra o urbanismo de compadrio. O urbanismo de compadrio é uma especialidade do capitalismo de compadrio. Randal Holcombe coloca nos seguintes termos:

A intervenção governamental na economia para beneficiar empresas privadas embasa os fundamentos do capitalismo de compadrio. Quando os negócios podem ser lucrativos com políticas do governo, esse potencial seduz os empresários a buscarem os benefícios por meio de favores, ao contrário da atividade produtiva. Quanto maior o envolvimento do governo, maior será a dependência da ajuda do governo para a lucratividade dos negócios, ao contrário da atividade produtiva, assim, as conexões políticas se tornam  da maior importância para o sucesso da empresa. O capitalismo de compadrio é um sistema econômico no qual a lucratividade dos negócios depende de conexões políticas. [1]  

O urbanismo de compadrio – entendido aqui como meio técnico e regulatório de produção do espaço urbano – é o sistema cujos sucesso e lucratividade nos assuntos fundiários, imobiliários e urbanísticos não dependem da atividade produtiva e competitiva, mas de conexões e conchavos políticos.

O urbanismo de compadrio é beneficiado por dois grupos distintos: por aqueles que esperam lucrar com o sistema e pelos desinformados que o criticam, mas acabam criando as condições para o seu desenvolvimento por desconhecimento do funcionamento do mercado. O mecanismo do urbanismo de compadrio é intrincado e, paradoxalmente, os problemas e vícios que surgem de sua operação se tornam as suas virtudes. É essa mecânica que passa despercebida e é responsável pelo seu crescimento.
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O Fracasso dos Planejamentos Estatais


O Fracasso dos Planejamentos Estatais

Em 16 de Abril de 2013, por Randal O’Toole – Artigo publicado no Baltimore Sun em 27 de dezembro de 2007.

Depois de mais de 30 anos examinando planejamentos governamentais, como projetos para florestas, parques, bacias hidrográficas, proteção da natureza, energia, urbanização e transportes, concluí que o planejamento governamental quase sempre traz mais danos que benefícios.

A maioria dos planos governamentais são tão cheios de invenções e hipóteses insustentáveis que não valem as folhas de papel em que são impressos, muito menos os milhões de dólares em impostos pagos para que tais planos sejam formulados. Os governos federal, estadual e municipal deveriam revogar as leis de planejamento e fechar as repartições planejadoras.

Palestra de Randal O’Toole sobre planejamento urbano

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Uma Cidade não é uma Árvore


N. do T.: O presente artigo é um clássico que merecia uma tradução mais completa para o português. O interessante deste texto de Cristopher Alexander é sua abordagem utilizando a matemática que se aproxima da conceituação de ordem espontânea de Hayek nas cidades que não sofrem de um planejamento centralizado.

Uma Cidade não é uma Árvore

Em 02 de Abril de 2013, por Christopher Alexander

 A árvore do meu título não é uma árvore com folhas verdes, é o nome de uma estrutura abstrata. Eu devo contrastá-la com uma outra, uma estrutura ainda mais abstrata chamada semilattice. De modo a relacionar essas estruturas abstratas à natureza da cidade, devo primeiramente fazer uma simples distinção.

 Cidades Naturais e Cidades Artificiais:

Quero chamar as cidades que surgiram mais ou menos espontaneamente durante vários anos de cidades naturais. E devo chamar as outras cidades, ou partes de cidades, que foram deliberadamente criadas por designers e planejadores de cidades artificiais. Siena, Liverpool, Kyoto, Manhattan são exemplos de cidades naturais. Levitown, Chandigarh, Brasília e as novas cidades britânicas são exemplos de cidades artificiais.

É cada vez mais reconhecido atualmente que existe algum ingrediente essencial faltando às cidades artificiais. Quando comparadas com as cidades antigas que receberam a pátina da vida, nossas tentativas modernas em criar artificialmente cidades são, pelo ponto de vista humanístico, totalmente sem sucesso.

Os próprios arquitetos admitem livremente que preferem morar em edifícios antigos a novos. O público em geral, não amante de arte, apesar de ser grato aos arquitetos pelo que fazem, considera o conjunto de cidades e edifícios modernos em todo lugar como inevitável, apesar das tristes parcelas de um fato maior que afirma que o mundo está indo pelo cano.

É muito fácil dizer que essas opiniões representam apenas o desejo que as pessoas têm de não se esquecerem do passado e de sua determinação em serem tradicionais. Por mim mesmo, eu confio nesse conservadorismo. As pessoas usualmente desejam se mudar com o tempo. Sua crescente relutância em aceitar a cidade moderna evidentemente expressa um sentimento de falta por algo real, algo que no momento escapa de nosso domínio.

A idéia de que podemos estar tornando o mundo um lugar povoado de pequenas caixas de vidro e de concreto também tem alarmado muitos arquitetos. Para combater o futuro “caixa de vidro”, muitos projetos e concepções têm sido levados adiante, todos com a esperança de recriar numa forma moderna as várias características da cidade natural que parece dar vida a ela. Porém, até o momento, esses projetos têm apenas refeito o antigo , eles não foram capazes de criar “o novo”.

Outrage (Ultraje), a campanha da Architectural Review contra o modo no qual novas construções e os postes de telégrafos estão estragando as cidades inglesas, baseou suas soluções, essencialmente, na idéia de que a seqüência espacial de edificações e de espaços abertos deve ser controlada se a escala tiver que ser preservada – uma idéia que vem do livro de Camilo Sitte sobre quadras e piazzas antigas. Leia mais deste post

Zoneamento é Roubo


Zoneamento é Roubo

Em 12 de Fevereiro de 2013, por Jim Fedako. Originalmente publicado noMises Daily, em 21/03/2006

Zoneamento é roubo, puro e simples. Em sua fantástica introdução para o livro Economics for Real People, Gene Callahan corretamente identifica o domínio eminente como uma forma de roubo de propriedade, especialmente indicando a condenação do governo de forma a assegurar a propriedade honestamente adquirida para o desenvolvimento comercial.

Não é difícil ver o governo como o pé-de-cabra que lobistas utilizam para abrir as trancas e retirar à força os proprietários de suas propriedades de terra e de suas moradias. Aqui temos a clara caricatura de Ma e Pa Kettle e lutas de clãs contra a lei armados apenas com pistolas, balas voadoras, tabaco mascado e ranger dos dentes. A outra face para o domínio eminente, o zoneamento, não é tão facilmente visto. Mas como revelou Bastiat, o que não se vê é tão importante quanto o que se vê.

O zoneamento é definido como sendo um sistema de controle de uso e ocupação do solo regulado pelo governo e imposto de modo a assegurar o desenvolvimento ordeiro. O zoneamento é com freqüência um componente de um conceito idealístico mais amplo do chamado planejamento regional, ou planejamento urbano. Claro, o desenvolvimento planejado é realmente o nome da estrada para o caos planejado. Leia mais deste post